segunda-feira, 25 de dezembro de 2006

Acidentes

Posso até chegar a compreender o sentido da vida, mas jamais arrazoarei sobre sua necessidade. Em outras palavras: a vida pode até ter sentido, mas terá necessidade?

domingo, 29 de outubro de 2006

Entre o ruim e o pior.

Hoje de manhã pensei que o Brasil teria de escolher entre o ruim e o pior. Quando estamos entre o ruim e o pior o ruim se torna o melhor.

Os mais de 60% de eleitores [entre os quais estou] que escolheram Lula deixaram claro que não estão dispostos a abrir mão de um Governo que, ainda que insatisfatoriamente, tem de alguma forma beneficiado as classes desprivilegiadas.

Todo o trabalho da oposição e da maioria dos órgãos de imprensa, aliados à detração preconceituosa diante da ausência de diploma universitário no currículo do Presidente, à estereotipificação de seu eleitorado e ao ódio social contra nordestinos, não foram suficientes para impedir que Lula fosse reeleito.

Cabe agora ao Presidente a terefa de redimir-se do que saiu mal no primeiro mandato. A História do Brasil já dedica muitas páginas a Lula. Está em suas mãos ser contado entre heróis ou vilões.

Se merece ser herói não sei. Mas, certamente, entre os vilões está longe de ser o pior.

segunda-feira, 9 de outubro de 2006

Desaforo

Que desaforo!

Exerço regularmente a virtude da abstenção do cinto de segurança enquanto estou no perímetro urbano desta minha cidade de 55 mil habitantes (uma bagatela). Às vezes também na estrada, mas aí minha consciência pesa e trato de amarrar-me. Além dessa tenho ainda outra qualidade que é a de dirigir com meu filho no colo.

Pois bem. Eu havia acabado de chegar da cidade vizinha de Ribeirão Preto, onde granjeio o pão diário e, com saudades da família, tratei logo de colocar meu filho no colo e fomos pra casa. No caminho percebi que uma viatura da PM estava bem atrás de meu carro. Encostei e o policial que dirigia a viatura passou-me uma descompostura de forma tão ríspida que fiquei sem palavras. Ameaçou-me com uma multa.
Fiquei pensando no fato de ser um infrator da Lei. Sou um homem perigoso. Lembrei do Millôr Fernandes que lamentava lá pelos idos da ditadura militar:

“Triste país em que um cara como eu é perigoso”.

Além disso fiquei chateado por ter sido lembrado na própria pele de que somente de nós, zés-ninguém, exigem o rigoroso cumprimento da lei, e lei burra, que é o uso do cinto dentro de uma cidade provinciana como a minha, onde dificilmente ultrapasso os 30 50 Km/h.

Thoreau é quem tinha razão e deliberadamente recusava-se a obedecer.

Enquanto isso, lá em Brasília...

domingo, 8 de outubro de 2006

Desmoralização

Só pode sentir-se desmoralizado aquele que iludia-se de possuir alguma moral.

Experiência

Deus privou-nos da onisciência (se é que era possível tê-la concedido), mas presenteou-nos com a experiência - a possibilidade do aprendizado. Intuo que a segunda é melhor que a primeira. Se não fora assim, Ele nos teria dito.

segunda-feira, 18 de setembro de 2006

Pastor é só um homem de calça social, igual a um deputado.


Este menino é mesmo muito perpicaz. Puxou ao pai, por certo. Fico impressionado com as coisas que ouço dele que tem apenas dois aninhos e seis meses (a foto é do aniversário de dois anos, há quase seis meses atrás).

Sábado passado estávamos de saída. Minha esposa e eu decidimos dar uma olhada nos carros à venda para ver se a gente resolvia trocar nosso Kadett 91 por algo mais novo. Não achamos nada que nos agradasse os bolsos e resolvemos adiar indefindamente a troca.

Antes de sairmos, tomei banho e vesti uma calça social que era para causar uma melhor impressão, já que provavelmente precisaríamos de algum crédito. Imagine as risadas que demos ao ouvir nosso filho olhar para mim e dizer que estava parecendo um pastor. Ficou por alguns minutos chamando-me de "papai pastor"! Tudo por causa da calça social, com a qual ele não está acostumado a me ver. Quem me conhece pessoalmente sabe da abjeção que dedico a vestimentas sisudas e ortodoxas. Gosto mesmo é de uma bermuda e um bom par de chinelos.

Pastor, para meu filho, é apenas um homem de calça social.

E ele tem razão!

sexta-feira, 1 de setembro de 2006

Aos evangélicos - um testemunho

O texto abaixo é de autoria do amigo Alexandre Mellato e foi escrito originalmente na página do grupo Crer é Também Pensar, do Yahoo Crupos, aqui. Caso não consiga acessar o link talvez seja necessário associar-se ao grupo.




"Fui convidado para pregar em um congresso estadual (SP) dos jovens e
dirigentes (ughhh) de louvor de uma igreja neopentecostal, no dia 22 de julho de
2006. 350 jovens e eu pregando. No meio da pregação uma hermana levanta-se e
diz:

'Eis que te digo, assim diz o Senhor...'

Perguntei se era para mim o kodakismo ou se ela iria revelar os filmes de todos da igreja. Disse-me que era só para mim, pedi, portanto, que segurasse a mensagem celestial, vinda do trono dos Santos dos Santos e do Corinthians dos Corinthians que eu estava falando umas besteirinhas da bíblia - sem importância alguma - mas que depois eu ouviria a mensagem dos céus, do mar e da terra dos viventes. Terminou e eis que me revela RÁ LE TIM LU BUM IAS:

'Não se turbe o vosso coração, não se preocupe com seus sonhos e planos, a sua prometida e reservada está chegando, DEUS lhe entregará a sua Rebeca que ainda não conheces mas que será a mulher de sua vida...'

Trouxe-me paz ao coração (o árbitro). Fiquei feliz, ainda mais pq acho o nome Rebeca bonito, e já estou com 33 anos, 120kg, ficando careca, como de boca aberta e tenho uma alergia que me faz limpar a garganta para tirar a secreção o tempo todo, e como não quero engulir eu acabo cuspindo no chão mesmo, com certeza a Rebeca entenderá isto. Adorei o revelamento, acho que DEUS estava naquele negócio com aquela profetiza abençoada e bem suada (um cheiro desgraçado de "çubaco" exala e entrava pelas minhas narinas), trouxe-me uma resposta que há tempos procurava e cheguei a orar por isso, estava pensando em falar sobre isso aos jovens naquela manhã, sobre o que tinha orado e pedido que DEUS afastasse de mim, e ela me traz a mensagem totalmente contrária. Isto tudo é prova de que DEUS age do jeito que ele quer e bem entender, e a teologia pode não englobar ou aceitar isto, mas DEUS não está preso às teologias humanas meu amiguinho. Saí da igreja com uma paz, uma sensação boa. É tão difícil ser fiel em um relacionamento, a tentação em adulterar é grande. Mas DEUS enviou-me essa revelação por "uma vaso" dele (vaso ou barril, sei lá). Agora, depois desta revelação sei que posso esperar que DEUS enviará uma amante para mim de nome REBECA, ainda não conheço mas será a mulher de minha vida.

O que fazer com a Ana Cláudia, minha esposa do qual geramos o Alexandre (3 anos) e a Mariana (de 2 meses hoje e 22 dias no dia do culto)? Sei lá, eu dou um jeito, afinal não se chama Rebeca e também não dá para recusar uma revelaçào vinda diretamente dos céus né, e outra, DEUS não está preso a nada, tanto que liberou para mim uma mulher a mais, vindo diretamente Dele, bem sei que não será contado como adultério.

Como é bom viver...."

segunda-feira, 28 de agosto de 2006

Riquezas não necessariamente finaceiras


Deveria parecer óbio, mas é necessário esclarecer que nem todas as riquezas são de natureza financeira e que uma coisa não têm necessariamente a ver com a outra. Digo isto porque é esta a qualificação que encontrei para o acervo musical da banda britânica Jethro Tull - uma riqueza. Tornei-me fã, admirador e ouvinte compulsivo.
Música faz bem à alma! Jethro Tull é um bálsamo em meio a tantas manifestações esdrúxulas que tentam passar por arte no mercado musical, especialmente o brasileiro. A banda não é nenhum lançamento. Seu 1º álbum data de 1968, mas permanecem na ativa até hoje. Ultimamente tenho considerado que esta é uma das melhores bandas no cenário mundial da música em toda a história. Para mim parece óbvio que o Tull deve necessariamente estar entre nomes como Bach, Beethoven, Beatles e Led Zeppelin. Eles são geniais.

Minha admiração levou-me a pesquisar mais sobre a banda e seus integrantes, especialmente o guitarrista Martin "Lancelot" Barre. Martin é um dos melhores guitaristas que jamais ouvi! Como é que não me disseram antes! Estou acostumado a ver indicações de nomes como Steve Vai, Satriani, Malmsteen e Petrucci como os melhores empunhadores da seis-cordas, mas nunca vi ninguém falar sobre o velhinho Matin Barre! O cara é um espetáculo. Genial! Se alguém duvida não deixe de passar no site dele e conferir uma amostra do que o Lancelot da guitarra é capaz, além, é claro, dos trabalhos dele com o Jethro Tull. Não falo de técnica e velocidade - coisas que ele também tem. Falo de alma e vida na ponta dos dedos. O cara exala música!
Se alguém quiser fazer um agradinho a este insignificante blogueiro, então faça-me o favor de mandar um exemplar de Stage Left, o último CD solo de Martin Barre, que sai pela bagatela de R$ 70,00, já que precisa ser importado.

Bem, eu disse que certas riquezas não têm necessariamente qualquer relação com finanças, mas para adquirir o CD do Martin Barre precisa desembolsar, como tudo na vida. Porém, se eu ganhar de presente, o ônus (eu disse ônus) da aquisição não será meu e minha tese será verdadeira. Terei uma riqueza infindável que não terá custado para mim qualquer centavo.

Até mais. Os interessados em presentear-me devem entrar em contato através de um comentário nesta postagem. Parece que não, mas eu leio e regozijo-me com todos, até com as eventuais críticas (coisas rara! já que quase nunca dou motivos rs).

sexta-feira, 18 de agosto de 2006

Monólogo

Tens dúvida disso?

Sim?

Tens certeza?

Não.

Logo, não estás certo de que duvidas.

Estou certo da dúvida, mas duvido da certeza.

Que dúvida!

Absoluta.

terça-feira, 1 de agosto de 2006

A SEGUNDA OPÇÃO

Está tudo errado!

Estive pensando. Está tudo errado. Nas palavras de
Dallas Willard "estamos voando de cabeça para baixo". Ele referia-se ao que pode acontecer caso um jato de acrobacias aéreas esteja fazendo um rasante, sem saber, de cabeça para baixo. Quando ele for manobrar rumo ao que o piloto pensa ser "para cima" o avião espatifa-se no chão.

O fato é quando nascemos as coisas já estavam assim. Não tivemos culpa.

Quem não sabe que as coisas poderiam ser diferentes?
Percebi que temos duas ou três escolhas. Talvez mais, talvez menos. Não sei.
Podemos por um lado aprender a conviver com as coisas do jeito que estão e tentar fazer o melhor para sobreviver sem muitos arranhões e com alguma sanidade ou, por outro lado, tentar fazer alguma coisa (não qualquer coisa!) para mudar. Decidi pela segunda opção.

Percebi que quando os netos de meus netos nascerem as coisas estarão como estiverem e, aí sim, teremos culpa, pois estarão como nós as deixarmos.

Se pensarmos bem, nossa herança não é nada promissora. Desde nossa estúpida degradação ambiental à exploração econômico-financeira dos grandes conglomerados empresariais no terceiro mundo, passando pelos ignominiosos escândalos da corrupção nos meios políticos, pelas negociatas duvidosas da diplomacia internacional, pelos interesses mesquinhos de minorias detentoras de poder em detrimento das massas, pelo frenesi sem sentido do consumismo irracional no qual todos resvalamos de quando em quando, pelas absurdas guerras, santas e profanas, pelo crime organizado e o tráfico de drogas, de órgãos humanos, de pessoas para prostituição e escravidão e por mais tantas insanidades sem fim, as expectativas para um futuro melhor não têm absolutamente como ser promissoras, ao menos nas próximas dezenas de anos.

Talvez haja esperança se hoje mesmo escolhermos a segunda opção.

Porém, como leitor e crente das palavras do Cristo não tenho como crer que verei coisas melhores nesta Terra. Posso e desejo trabalhar para que o bem que, creio, não virá, venha. É o paradoxo da minha vida.

quarta-feira, 26 de julho de 2006

No compreendo

Será que alguém conseguiria elucidar o mistério que presencio quase que diariamente em minha família? Ocorre que sempre que vamos à casa de meus sogros na hora de ir embora, quando estamos dentro do carro, minha esposa e minha sogra começam a conversar e combinar alguma coisa. Elas têm um tempo razoável para conversar sobre uma gama considerável de assuntos dentro da casa, mas basta entrarmos no carro para começarem alguma outra conversa. Perguntei algumas vezes à minha esposa porque é que elas não falam tudo o que têm de falar antes de irmos embora, nem que eu precise esperar um pouco mais. Ela ainda não teve como dar explicação razoável.
Mas, não importa o quão suficiente seja o tempo que passam juntas, além do telefone. Todas as vezes em que vamos sair elas arranjam alguma coisa pra conversar.

Espero um dia compreender...

quarta-feira, 12 de julho de 2006

Eu


Este sou eu.
Esta é minha aparência, conforme as sábias palavras do Roberto Amorim nos comentários.

terça-feira, 11 de julho de 2006

Seja você

"(...) Seja você mesmo que seja estranho,
Seja você mesmo que seja bizarro (...)"

Essas palavras são da música "Máscara", da Pitty.

Coloquei só pra dizer que eu, mesmo sendo eu mesmo, não sou estranho, muito menos bizarro.
Tá, acho que sou um pouco estranho, mas bizarro jamais.
Ah, confesso. Sou bizarro também. Mas quem não é?

Esta é a retórica do mea culpa, mas funciona. Você provavelmente foi tentado a confessar sua estranheza e sua bizarrice. Se não foi, volte a olhar no espelho.

Ou então fique de fora. Jesus disse que os sãos não precisam de médico, mas sim os doentes. Eu diria ainda que os estranhos e os bizarrros também são seu "público alvo" (se é que cabe usar essa expressão).

Confesso. Sou estranho e bizarro. Sou doente. Preciso do Médico.

terça-feira, 16 de maio de 2006

Cada coisa...

A internet é definitivamente um lugar onde se encontra de tudo, para o bem ou para o mal. Vejam que blog e que pessoa singulares.

segunda-feira, 15 de maio de 2006

Gostei

Essa foi boa. Chupei do site do Ralph, o ópio.

"Ser de esquerda, assim como ser de direita, é
uma das infinitas maneiras que o homem pode escolher para ser um
imbecil."

Ortega y Gasset

Li ainda esta outra, não menos genial, que chupei da Gruta do Lou:

"O capitalismo é a exploração do homem pelo homem e o
socialismo marxista é exatamente o contrário".