terça-feira, 1 de agosto de 2006

A SEGUNDA OPÇÃO

Está tudo errado!

Estive pensando. Está tudo errado. Nas palavras de
Dallas Willard "estamos voando de cabeça para baixo". Ele referia-se ao que pode acontecer caso um jato de acrobacias aéreas esteja fazendo um rasante, sem saber, de cabeça para baixo. Quando ele for manobrar rumo ao que o piloto pensa ser "para cima" o avião espatifa-se no chão.

O fato é quando nascemos as coisas já estavam assim. Não tivemos culpa.

Quem não sabe que as coisas poderiam ser diferentes?
Percebi que temos duas ou três escolhas. Talvez mais, talvez menos. Não sei.
Podemos por um lado aprender a conviver com as coisas do jeito que estão e tentar fazer o melhor para sobreviver sem muitos arranhões e com alguma sanidade ou, por outro lado, tentar fazer alguma coisa (não qualquer coisa!) para mudar. Decidi pela segunda opção.

Percebi que quando os netos de meus netos nascerem as coisas estarão como estiverem e, aí sim, teremos culpa, pois estarão como nós as deixarmos.

Se pensarmos bem, nossa herança não é nada promissora. Desde nossa estúpida degradação ambiental à exploração econômico-financeira dos grandes conglomerados empresariais no terceiro mundo, passando pelos ignominiosos escândalos da corrupção nos meios políticos, pelas negociatas duvidosas da diplomacia internacional, pelos interesses mesquinhos de minorias detentoras de poder em detrimento das massas, pelo frenesi sem sentido do consumismo irracional no qual todos resvalamos de quando em quando, pelas absurdas guerras, santas e profanas, pelo crime organizado e o tráfico de drogas, de órgãos humanos, de pessoas para prostituição e escravidão e por mais tantas insanidades sem fim, as expectativas para um futuro melhor não têm absolutamente como ser promissoras, ao menos nas próximas dezenas de anos.

Talvez haja esperança se hoje mesmo escolhermos a segunda opção.

Porém, como leitor e crente das palavras do Cristo não tenho como crer que verei coisas melhores nesta Terra. Posso e desejo trabalhar para que o bem que, creio, não virá, venha. É o paradoxo da minha vida.

7 comentários:

Lou H. Mello disse...

Foi o que pensou Neemias, também. E fazer a nossa parte, será uma grande realização, talvez, não haverá maior.

Paulo Brabo disse...

A nossa parte. Aquela que ninguém nunca chegou a fazer.

Anônimo disse...

Acredito nas mudanças a longo prazo e sou romântica, penos que gradativamente e com pequenas ações podemos mudar. Nossas atitudes com os outros podem trazer mudanças. Nosso trabalho na simples valorização do outro já é mudança. Acredito, acredito e acredito sempre, nunca deixaria de acreditar, pelo menos, não quero deixar de acreditar.....

LSM disse...

Mas é claro, nem carecia esta cerimônia, se somos irmãos, devemos ser amigos.
Um abraço fraterno,
L.

Anônimo disse...

É só mais um dos paradoxos entre os muitos que se encontram no verdadeiro Evangelho. Como andar segundo o que não vemos, se andarmos pelo que vemos?

Abraço. ;-)

Hernan disse...

Oi Bárbara. Obrigado pela visita!
Você tem blog? Deixe o link, por favor. Tentei acessar seu profile mas não consegui.

Abs

Anônimo disse...

A tua frase, "tentar fazer o melhor para sobreviver sem muitos arranhões e com alguma sanidade" me lembrou o filme "M.A.S.H" ícone dos anos 60 e 70.
Já a segunda opção lembrou-me a frase de um executivo da YMCA de Belo Horizonte, nos anos 90: "Meu compromisso é com o esforço, não com o resultado".
É isso aí.