quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Salve os oceanos

Hoje vi numa loja um banner onde estava escrito "salve os oceanos", com uma imagem de fundo qualquer de que não me lembro exatamente . Texto de marketeiro. Eles apreciam muito usar esses imperativos. Sempre vêm com algum "faça isto", "faça aquilo". Preste atenção em como abusam dos imperativos. Querem provocar uma reação no consumidor de forma que vinculem seu produto a uma atitude "positiva". Seus esforços mais recentes pretendem agregar (para usar um termo que eles adoram) a idéia de sustentabilidade, a vedete dos últimos anos.

Quem faz uso desses recursos, se estivesse de fato interessado na saúde das águas e da fauna marinha, nunca diria algo como "salve os oceanos". Quem lê isto é induzido a sentir-se na posição de um algo messias verde. "Se eu quiser posso salvar os oceanos. Vou pensar. Agora tenho um compromisso. Depois eu salvo".

É ridículo.

Acho que o efeito seria outro se estivesse escrito: "pare de jogar lixo no mar, imbecil!". Ou, melhor ainda: "PARE DE JOGAR LIXO NO MAR, IMBECIL!!!!!!". Porém, a peça publicitária não serviria para agregar (olha o agregar de novo) valor ao produto, que é, afinal, o objetivo da campanha.

A saúde dos oceanos é um acessório.

5 comentários:

Tuco disse...

Putz. Sempre que leio um post revelando a óbvia falsidade miserável da propaganda passo o dia embrulhado. Porque eu vivo disso... propaganda. Minha nobre função, à qual me dedico 8 horas por dia (no mínimo), é colocar nos outros o desejo incontrolável de possuir aquilo de que não precisam. E, frequentemente, usando artimanhas do bem como "salve os oceanos". Que meleca...

O Tempo Passa disse...

Imperativos... ah, os imperativos!!! O que seria da humanidade sem eles, não?
Uma alternativa a "PARE DE JOGAR LIXO NO MAR, IMBECIL" - que, por sinal é um belo slogan - seria algo mais leve, do tipo "Continuar sujando o mar desse jeito, vai matar você de fome ou afogado logo, logo, ESTÚPIDO!".
Tuco, muda de profissão, meu!!!

Hernan disse...

Tuco, cara, eu trabalho num banco!
E agora quase que cedi ao impulso de escrever "Banco", com letra maiúscula, porque é assim que escrevemos aqui dentro. Estou condicionado.
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Rubinho, o negócio é fazer o cara entender que ele não tem poder de salvar coisa nenhuma! Gostei da sua sugestão, principalmente do arremate.

Danilo. disse...

Sabe Pimentinha, nada a ver com o assunto mas....

que grande bosta que é as férias né cara. o sentimento é o de liberdade, até de alforria eu diria. parece que sairemos e nunca mais teremos que voltar. e isso é chega a ser depressivo de pensar.

como uma forma de adaptação a esse momento feliz de rompimento brusco de obrigação trabalhista, eu proporia uma espécie de periodo de adaptação.

seria mais ou menos assim:

na semana anterior a saida de féria a jornada de trabalho iria se reduzindo aos poucos até que chegasse a então sonhada férias. Na volta a mesma coisa, só que crescente.

no fundo funcionaria assim:

o bandido chega pra vc e fala:
- eu vou te enfiar essa faca na barriga. se eu for de uma vez vc vai sentir muita dor, já que além do corte terá a pandcada. eu posso porém enfiar a faca no seu bucho aos poucos e voce sentirá menos.
como um nocaute por pontos.

que merda viu!!!
estou de depressão pré férias.

Danilo. disse...

já agora seguindo um pouco mais o assunto do post....

um bom exemplo é o que fazem lá no banco do brasil.

chutasse o mendigo, pagasse um salario minimo para o jardineiro (e olha que são 4000 m2) e para as moças da limpeza, copo plastico a rodo (dois segundos de prazer em um pedaçõ de petroleo que demorou 100 milhoes de anos para se compor), lindas campanhas de arrecadação de lapis de cor usado...... E COMO META DO MES NEGOCIAR 2 MILHOES EM DIVIDAS inadimplidas das agencias que foram obrigadas a socar garganta abaixo de seus clientes.

não dá para falar que esse mundo é sério não?