Hoje de manhã pensei que o Brasil teria de escolher entre o ruim e o pior. Quando estamos entre o ruim e o pior o ruim se torna o melhor.
Os mais de 60% de eleitores [entre os quais estou] que escolheram Lula deixaram claro que não estão dispostos a abrir mão de um Governo que, ainda que insatisfatoriamente, tem de alguma forma beneficiado as classes desprivilegiadas.
Todo o trabalho da oposição e da maioria dos órgãos de imprensa, aliados à detração preconceituosa diante da ausência de diploma universitário no currículo do Presidente, à estereotipificação de seu eleitorado e ao ódio social contra nordestinos, não foram suficientes para impedir que Lula fosse reeleito.
Cabe agora ao Presidente a terefa de redimir-se do que saiu mal no primeiro mandato. A História do Brasil já dedica muitas páginas a Lula. Está em suas mãos ser contado entre heróis ou vilões.
Se merece ser herói não sei. Mas, certamente, entre os vilões está longe de ser o pior.
domingo, 29 de outubro de 2006
segunda-feira, 9 de outubro de 2006
Desaforo
Que desaforo!
Exerço regularmente a virtude da abstenção do cinto de segurança enquanto estou no perímetro urbano desta minha cidade de 55 mil habitantes (uma bagatela). Às vezes também na estrada, mas aí minha consciência pesa e trato de amarrar-me. Além dessa tenho ainda outra qualidade que é a de dirigir com meu filho no colo.
Pois bem. Eu havia acabado de chegar da cidade vizinha de Ribeirão Preto, onde granjeio o pão diário e, com saudades da família, tratei logo de colocar meu filho no colo e fomos pra casa. No caminho percebi que uma viatura da PM estava bem atrás de meu carro. Encostei e o policial que dirigia a viatura passou-me uma descompostura de forma tão ríspida que fiquei sem palavras. Ameaçou-me com uma multa.
Fiquei pensando no fato de ser um infrator da Lei. Sou um homem perigoso. Lembrei do Millôr Fernandes que lamentava lá pelos idos da ditadura militar:
“Triste país em que um cara como eu é perigoso”.
Além disso fiquei chateado por ter sido lembrado na própria pele de que somente de nós, zés-ninguém, exigem o rigoroso cumprimento da lei, e lei burra, que é o uso do cinto dentro de uma cidade provinciana como a minha, onde dificilmente ultrapasso os30 50 Km/h.
Thoreau é quem tinha razão e deliberadamente recusava-se a obedecer.
Enquanto isso, lá em Brasília...
Exerço regularmente a virtude da abstenção do cinto de segurança enquanto estou no perímetro urbano desta minha cidade de 55 mil habitantes (uma bagatela). Às vezes também na estrada, mas aí minha consciência pesa e trato de amarrar-me. Além dessa tenho ainda outra qualidade que é a de dirigir com meu filho no colo.
Pois bem. Eu havia acabado de chegar da cidade vizinha de Ribeirão Preto, onde granjeio o pão diário e, com saudades da família, tratei logo de colocar meu filho no colo e fomos pra casa. No caminho percebi que uma viatura da PM estava bem atrás de meu carro. Encostei e o policial que dirigia a viatura passou-me uma descompostura de forma tão ríspida que fiquei sem palavras. Ameaçou-me com uma multa.
Fiquei pensando no fato de ser um infrator da Lei. Sou um homem perigoso. Lembrei do Millôr Fernandes que lamentava lá pelos idos da ditadura militar:
“Triste país em que um cara como eu é perigoso”.
Além disso fiquei chateado por ter sido lembrado na própria pele de que somente de nós, zés-ninguém, exigem o rigoroso cumprimento da lei, e lei burra, que é o uso do cinto dentro de uma cidade provinciana como a minha, onde dificilmente ultrapasso os
Thoreau é quem tinha razão e deliberadamente recusava-se a obedecer.
Enquanto isso, lá em Brasília...
domingo, 8 de outubro de 2006
Experiência
Deus privou-nos da onisciência (se é que era possível tê-la concedido), mas presenteou-nos com a experiência - a possibilidade do aprendizado. Intuo que a segunda é melhor que a primeira. Se não fora assim, Ele nos teria dito.
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